Indice de qualidade do ar

A poluição do ar tem vindo a ser a causa de um conjunto de problemas, nomeadamente:

1. Degradação da qualidade do ar;
2. Exposição humana e dos ecossistemas a substâncias tóxicas;
3. Danos na saúde humana;
4. Danos nos ecossistemas e património construído;
5. Acidificação;
6. Deterioração da camada de ozono estratosférico;
7. Aquecimento global/alterações climáticas.

O termo qualidade do ar é utilizado, normalmente, para representar o grau de poluição no ar. A poluição do ar é provocada por uma mistura de substâncias, lançadas no ar ou resultantes de reacções químicas, que alteram o que seria a constituição natural da atmosfera. Estas substâncias poluentes podem ter maior ou menor impacte na qualidade do ar, consoante a sua composição química, concentração na massa de ar em causa e condições meteorológicas. Por exemplo, a ventos fortes ou chuvas poderão dispersar os poluentes, mas a presença de luz solar poderá acentuar os seus efeitos negativos.

O índice de qualidade do ar de uma determinada área geográfica resulta da média aritmética calculada para cada um dos poluentes medidos em todas as estações da rede dessa área. Os valores assim determinados são comparados com as gamas de concentrações associadas a uma escala de cores sendo os piores poluentes responsáveis pelo índice.

O índice de qualidade do ar é uma ferramenta que permite:
· uma classificação simples e compreensível do estado da qualidade do ar;
· um fácil acesso do público à informação sobre qualidade do ar, através da consulta directa ou através dos órgãos de Comunicação Social;
· dar resposta às obrigações legais.

A previsão da qualidade do ar pode ser efectuada através de diferentes metodologias destacando-se:
- os modelos estatísticos, que se baseiam na identificação das relações entre as condições meteorológicas e as concentrações de poluentes medidas nas estações de monitorização de qualidade do ar através da análise do histórico de alguns anos. Em Portugal, exemplo em "prevqualar"
- os modelos numéricos, determinísticos, que simulam a dispersão e as transformações químicas dos poluentes na atmosfera, recorrendo a inventários de emissões de poluentes atmosféricos e a informação meteorológica. Actualmente a Universidade de Aveiro aplica um destes modelos.
Nesse caso, para a determinação do índice recorre-se ao valor máximo horário de ozono e ao valor médio diário de concentração de partículas inaláveis, calculados com base nos resultados do sistema numérico para as 24 horas do dia da previsão. É determinado o índice, para cada poluente, de acordo com as classes de classificação previamente definidas. O índice de qualidade do ar representado no mapa da previsão corresponde ao poluente com o pior índice.

A previsão apresenta-se para o ozono troposférico e para as partículas inaláveis, por serem estes os poluentes atmosféricos mais problemáticos, quer pelos níveis, por vezes bastante elevados, registados em Portugal, quer pelos seus possíveis efeitos na saúde humana. O ozono troposférico atinge maiores concentrações durante a Primavera e Verão, enquanto que as partículas podem atingir níveis elevados em qualquer época do ano.

A análise histórica dos índices de qualidade do ar permitiu verificar que as partículas inaláveis com diâmetro aerodinâmico inferior a 10 μm (PM10) e o ozono troposférico (O3) são os poluentes responsáveis pelos valores mais elevados de concentração no ar ambiente. São também estes os poluentes que a nível europeu actualmente acarretam maiores preocupações para a saúde humana. A exposição a estes poluentes pode conduzir a impactes que variam de perturbações ligeiras no sistema respiratório à morte prematura. (Comissão Europeia, 2005)